FRASES (DOM ENZO)

VISITA DA MÃE DE DOM ENZO EM 1974 EM ITAOBIM MG

Mãe
coração forte, transpuseste o oceano em terras estranhas ensolaradas;
com ternura partilhasteda luta renhida com o filho pródigo"pelo reino"
A ti o meu carinhoso, saudoso obrigado de alegrias e de sofrimentos, entre lutas e labutas, vislumbrando o deserto tornar-se vergel comigo companheira de ternura
por longas estradas poeirentas andaste em busca do senhor refletido no rosto de irmãos desconhecidos.
Nos espaços da casa sua voz emudeceu. Sua presença esvaiu-se deixando saudade nas dobras do coração
(Dom Enzo)




A VOLTA (MARÇO DE 1981
De volta
ao velho mundo,
com saudade do novo
etapas imprevistas da vida
Certeza,
entre luz e trevas, 
da presença do outro
nos outros
cruzando 
nossos caminhos.

Em 1981 Dom Enzo decidiu voltar 
para a Itália para ficar perto da mãe 
e os familiares. Voltou pra lá 
om muita saudade.









O REENCONTRO (MAIO DE 1981)
Custa reencontrar
antigas raízes
da árvore
que novas deitou
na terra
da Pro-missão






SETÃO  (MAIO DE 1981)
Sertão
encantador
encantado
no teu luar
gotejando
suor,
lágrimas
de um povo;
tua brisa,
rompendo
a sequidão,
murmura
sofrido
canto de libertação.   



 


Sertão
Maio de 1981
Sertão
Encantador
Encantado
No teu luar
Gotejando
Suor,
Lágrimas
De um povo;
Tua brisa,
Rompendo
A sequidão,
Murmura
Sofrido
Canto de libertação











RIO JEQUITINHONHA (Maio de 1981)

Jequitinhonha
Caudaloso rio
Cioso abrigo
De diamantes que nunca vi
Impossível
Observador
Das des-graças
Dos teus povos
Caminho embora
De redenção.





ESTRADAS DO SERTÃO

Estradas
Ensolaradas,
Poeirentas,
Lamacentas,
Esburacadas,
Caminhos
Fechados,
Veias
Abertas
Ao ~exodo
Do povo
Do meu sertão.







IGREJA DE ARAÇUAÍ  1981

Irmandade
Abrindo,
Cruzando
Caminhos,

Com o povo
Na alegria da esperança,
No arrojamento da luta,
Na amargura
Da derrota
E da decepção
Alvorada
De ressurreição.












VINTE ANOS NO BRASIL  Agosto de 1981
Passou
Como um sopro ora cálido ora frio
Lambendo a alma,
O tempo
Que revive no presente
Na lembrança de mil rostos,
No eco de mil vozes
Aflorando
Ao coração.









AO PADRE LUIZÃO SETEMBRO DE 1981

Veloz
No teu caminhar,
Mensageiro
Da justiça, da paz, da esperança
Pra um povo
Espezinhado,
Pisado,
Oprimido
Do sertão

Na estrada esquecida
Encontraste
Imprevista,
Inesperada,
Traiçoeira arapuca,
A armadilha final
Da existência

A infeliz
Não teve dor
Nem pudor
Da tua mocidade
Do teu rosto
Risonho, menino,
Inspirando confiança;
Do teu coração aberto
Jorrando  pr’os outros
Alegria e segurança

Desvencilhando
Das garras
Da inimiga,
Mais veloz
Apontaste
Para a meta
Infinita
Da libertação












DEZEMBRO DE 1982
MÃE
O contínuo do tempo
Escorrendo entre encontros e separações,
Estalou:
A ruptura final, sombria e amarga,
Rachou
O tecido de ternura que vestia nossas existências

Transpuseste o muro,
Última barreira da vida,
Entraste no “tempo” de Deus.


Olha para mim,
Como me olhavas criança rebelde,
Adulto de anos e de trabalhos,
Nos meus retornos
Sentado ao teu lado, noite adentro,
Ouvindo contar tuas histórias e estórias
Intermináveis.






DEZEMBRO DE 1982



Mãe como te amava,

Ficas gravada em teu coração,

Sincera,

Dedicada,

Simples,

Transparente

Ora meiga ora atrevida,

Incapaz de emudecer.














DEZEMBRO DE 1982

Mãe

Tantos anos

Esperastes,

Com o coração

Sonhando

O retorno

Do filho “pródigo”

Pelo Reino.



Experimentaste

Na ternura

O aconchego

Da volta

Que o ‘“vendaval”

De repente

Desmanchou.



Entraste

Na noite das esperanças

Para a alvorada

Da esperança

E o raiar

Do dia-sem-fim.




EXPERIÊNCIA DE FRANCA (IRMÃ)

E GELINHO (CUNHADO) JANEIRO DE 1987

Emoção

O encontro do galeão,

Alvorecer

De um novo dia



Surpresa:

O novo fraternal convívio;

O nosso andar veloz

Pelo chão poeirento

De terras ensolaradas



Indagação

Atenção de compreender

O novo, o desconhecido, o alheio.



Saudade:

A separação da despedida,

Entardecer do novo dia

Que demasiadamente

Veloz

Apagou-se.

Tudo gravado

Na memória e no coração

Tecendo de alegria e tristeza

Nossa fugidia existência.

DEZEMBRO DE 1987

O tempo vai se

E mais percebemos

O envolvimento

Da proximidade

Do nosso Deus

Que nos ama,

Nos chama,

Nos alicia

Para o abraço

Eterno.









FRANCA E LODOVICO  (SOBRINHO)

JULHO DE 1991

No vai e vem

Tumultuado do “palácio”

Duas presenças

Despontam

Do sonho

Da minha existência,

Amigas,

Fraternas,

Sinceras,

Discretas

Aconchegantes.

Encanto

Do encontro feliz;

Amargura

Da despedida

Anúncio

Antecipação

Da despedida,

Do encontro sem fim.










FRANCA E LODOVICO  - 
 AGOSTO DE 1991
Os dias vão se embora
Velozes,
Como as folhas do outono
Levadas pelo vento.

Fica a lembrança
Suave,
Cheia de ternura
E de saudade,
De uma passagem fugaz
Pelo caminho
Da minha existência.





1992

Ultimo vitae meae
Volvente cursu,
Novae scintillant  tremulae
Parvae stellae
Novi insuegentis Diei
Spes et dulcedo:
Eas filo-sofia
Nova válida luce
Accendat

Ao aproximar-se
Do por do sol
Da minha existência
Cintilam trêmulas
Pequenas estrelas
Esperança e doçura.
Do despertar
Do novo dia.
A filo-sofia
As acenda
De novo, vigorosa luz.











  

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